Félix F. Elvas Pequeno
Entre outros olhos,
Há o “olho científico”,
O “olho religioso”,
E “olho analítico”
O “olho analítico”,
É um “olho artístico”,
Calcado não somente
No saber psicanalítico.
Não é crítico.
É doce e amoroso,
Sábio, paciencioso,
Não rigoroso.
Ele vê além das maquiagens.
É profundo.
E vai lá no fundo do inconsciente.
Descodifica e tenta descobrir o verdadeiro eu.
É todo intuição
Que brota lá do coração,
E faz pela mente do paciente,
Ora vôos rasantes
Ora vôos altos
Com refinada percepção.
O “olho analítico”
É como “facho de escuridão”.
É como céu à noite
Que nos permite ver as estrelas,
Que já existem no firmamento,
Mas que estavam obscuras aos nossos olhos,
À luz do dia.
Ele é cheio de vivacidade,
E capta com claridade
O mundo inconsciente.
Na escuridão da mente,
Descobre não somente bruxas,
Monstros e demônios,
Mas sobretudo obras de arte incandescentes.
É um olhar materno,
Matreiro,
Meigo e amoroso.
Repleto de bondade
Vem de lá de dentro,
De um espaço interior multicolorido,
Que capta sutilizas e nuanças de cores,
Ora cores frias e esmaecidas,
Ora cores brilhantes e aquecidas.
É o olhar do cegos e dos poetas,
Que enxergam com terceiro olho,
Onde o que é conhecido e esquecido,
Passa a ser reconhecido.
O “olho analítico”
Não é exclusivo dos psicanalistas,
Mas de todos que possam “cegar-se” à razão,
E possam brincar com as idéias e a intuição,
Fazendo belas “transformações” e evoluções,
Sem memórias, sem desejos e sem compreensão.
Ele olha para além das máscaras,
Que estão grudadas nos rostos,
E nos aproxima da beleza original,
Para que possamos beijá-la,
E agraciarmo-nos com ela.
E então, quebramos os discursos
Que nos foram mal-ditos...
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